Super Dicas Amazônia
Neste post vou compartilhar algumas super dias para quem está pensando em fazer uma aventura na Amazônia. Antes de viajarmos para lá buscamos diferentes sugestões em diversos sites, blogs, revistas, algumas ajudaram, outras nem tanto. Mas acho que vale a pena compartilhar o que realmente vivenciamos lá.
Quanto tempo ficar?
Essa era uma dúvida que tínhamos antes da viagem. Não queríamos correr o risco de chegar lá e faltar tempo para fazer os passeios imperdíveis, mas também não queríamos ficar de bobeira, sem ter o que fazer. Pesquisando um pouco e com uma listinha do que realmente não deixaríamos de fazer, decidimos por uma semana. E realmente foi assertivo. Seis dias já seriam o suficiente. Menos que isso não vale a pena. Nada de querer ir um feriadinho de três dias, é uma viagem muito longa para não aproveitar tudo que poderia.
Onde ficar?
Outra questão bastante importante quando se decide ir a um lugar novo. Tínhamos duas opções, ficar num hotel top, com piscina e tudo, mas afastado… ou, ficar num hotel mais simples no centro. Escolhemos a segunda opção. Inicialmente pensamos em ficar apenas três dias no centro, e fizemos a reserva para apenas três dias mesmo. Mas percebemos que Manaus é grande, é Amazônia mas é metrópole gente, e como a maior parte dos passeios estavam no centro ou a saída era desde o centro, estendemos nossa estadia por ali mesmo. Fizemos muita coisa a pé. No Centro histórico mesmo, todo a pé. Poucas coisas fizemos de taxi e muitos dos passeios que fechamos incluía traslado e então nos buscavam no hotel.
Foi um pouco arriscado fazer uma reserva inicial de apenas três dias, mas como não era alta temporada (fomos final de novembro 2014) e sabíamos que iríamos ficar algumas noites em um hotel de selva, mas ainda não sabíamos quais eram essas noites, achamos melhor arriscar para não ter que pagar duas tarifas, a do hotel pago por uma semana sem usar e dormir em outro e pagar duas vezes. Pesquisamos as possibilidades e lemos vários elogios do Hotel Seringal. Fechamos pelo booking e conseguimos uma tarifa menor do que direto com o hotel, fechamos a R$150,00 a diária, depois pagamos um adicional de R$50,00 pois meu pai acabou indo junto, mas mesmo assim, pela localização e serviços valeu muito a pena. O hotel é novo, organizado e os funcionários muito simpáticos e prestativos, além de ficar do lado do Teatro Amazonas bem no centro e perto de bares e restaurantes.
Comer Bem
Se você for pesquisar sobre a culinária Manauara vai ver que tem muita coisa exótica, temperos, frutas e principalmente peixes que não podem deixar de ser provados. Como estávamos no centro, aproveitamos a localização para comer por ali mesmo e alguns locais valem indicar:
– Restaurante Tambaqui de Banda, fica bem ao lado do Teatro e o destaque está no prato que tem o nome do restaurante, o Tambaqui de banda, que é uma banda do peixe tambaqui assado e o Pirarucú também tem que ser provado.
– Restaurante Picanha Mania, parece bizarro falar de um restaurante de Picanha num lugar que o diferencial está nos peixes, mas olha, para dar uma variada e matar a vontade de comer carne suuuper vale a pena. Fica ao lado da Arena da Amazônia, então mais um motivo para aproveitar e ir lá. O destaque está na Picanha no bafo e no suco de cajá!
Sobre preços? Para quem está acostumado com os altos preços de São Paulo, são bem tranquilos. Em cada refeição gastamos entre R$30 a R$40 reais por pessoa, com bebidas e algumas vezes até sobremesa.
Atrações imperdíveis
Pesquisamos muito, muito mesmo, e fizemos uma listinha de coisa que não poderíamos deixar de fazer estando lá:
– Teatro Amazonas, é realmente majestoso e tivemos a sorte de ter espetáculo ocorrendo bem em nossa estadia. Se tiver a mesma sorte, não deixe passar, assista o que tiver, vai valer a pena pelo ambiente. Se não tiver programação artística nos dias que estiver lá, vale fazer ao menos a visita guiada que custa cerca de R$20 e faz um tur por dentro do teatro.
– Mercado Municipal, para quem está acostumado com o grande de São Paulo, esse não parece tão atrativo, mas mesmo assim vale a visita. Lá há várias barracas de produtos locais, principalmente artesanato. Aliás, lá compramos o famoso molho de Tucupi e as balas locais de Castanha e Cupuaçu. Essas balas são deliciosas. São como bombons recheados das frutas, só que ao invés de chocolate elas são cobertas com um doce de leite mais durinho. Nossa só de lembrar dá água na boca. Compramos nossos quitutes numa das barracas, vale a pena ir lá, além de super simpático o vendedor nos fez provar um pouquinho de cada coisa e caprichou nos descontinhos.
– Porto de Manaus, não é uma vista muito bonita. São muitos barcos e barquinhos amontoados, gente para todos lado e centenas de barraquinhas e pessoas oferecendo passeios. Um caos. Mas é interessante para ver a realidade local. Perto do porto há um terminal de ônibus e uma rua cheia de camelôs, me senti no largo da Concórdia em SP.
– Largo São Francisco, é onde fica o Teatro Amazonas, a Igreja de São Francisco, várias agências de viagens além de bares, restaurantes e lojas de souvenir. É como uma grande praça com árvores e banquinhos que as pessoas buscam sombra para aguentar o calor da cidade. Durante a noite, vira point e os bares e restaurantes ficam cheios, daqueles com muitas mesas na calçada sabe, do lado de fora. Lugar perfeito para as refeições e se refrescar com bebidas ou sorvetes.
– Museu do Índio, esse fica a cerca de 3km do Largo de São Francisco, dá para ir a pé, mas haja fôlego com o calor. Esse museu foi criado irmãs da igreja católica que tinham um grande acervo de indumentárias indígenas. São roupas, utensílios, colares, além de muitas fotos. Todas as peças do acervo foram conseguidas a partir de troca com os indígenas. Quando os padres e as irmãs iam para as aldeias evangelizar, sempre voltavam com novas peças, e agora tudo foi unificado neste museu. A entrada custa R$10, o único problema é não poder fotografar. Essa a primeira e única foto que tiramos, após essa os avisaram que não poderíamos fotografar mais nada.
– Museu do Seringal, trata-se de um tipo de sítio com casarão que reconstitui a época de ouro de Manaus, no ciclo da Borracha, que foi dos fazendeiros donos de seringais. Ele foi construído especialmente para o filme ‘A Selva’, produção luso-brasileira de 2001. Para chegar lá, ou você fecha um pacote com as agências eu faz como nós e se aventura para chegar só. Pegamos um taxi até a Ponta Negra, aliás, já podem aproveitar a ida para conhecer esse lado de Manaus, lá vá até a Marina do Davi. Quando chegar lá não se assuste com a falta de estrutura. O lugar é simples mas é de lá que sai uma canoa até o Museu. O barquinho vai parando em outros pontos turísticos como a Praia da Lua e do Tupe, além de vários povoados ribeirinhas. Nesse passeio você vive a realidade deste povo e se pergunta, como conseguem? Casas no meio da mata às margens do Rio que só se chega de barco. Realmente incrível.
Lá no Museu há um senhorzinho foi o guia do museu. Acredito que ele é o grande diferencial do local, além de simpático ele é o retrato do povo local, um caboclo nato. A visita dura cerca de 30 minutos, é recheada de histórias narradas por essa inusitada figura manauara.
O barco que sai da Marina do Davi até o Museu custou R$9 por pessoa, mas já considera a viagem de volta. Já no museu a entrada foi de R$5,00 por pessoa.
– Praia da Ponta Negra, como falei acima, aproveite a ida ao Museu para conhecer essa praia de água doce. O local é lindo, uma grande extensão de areia branquinha com um rio de águas escuras e frescas. Não esqueça de ir com roupa de banho por baixo, há um banheiro público que você poderá se trocar depois. Nós fomos em um dia de semana, estava bem tranquilo, mas dizem que no final de semana o local vira point. Há alguns quiosques para comer e beber olhando para o Rio Negro. É nesta parte que ficam dois grandes hotéis de luxo e, próximo, um bairro nobre de Manaus por suas ruas de bons bares e restaurantes.
– Boto Cor de Rosa, desde criança ouvi falar deste animal em histórias ou até músicas. Na minha cabeça parecia mais místico do que real, daqueles animais que todo mundo fala mas ninguém vê sabe? Mas existe sim. Para nadar com os botos é preciso também contratar um passeio, tudo em Manaus é feito de barco, então não tem como fugir. Após quase uma hora de barco, desde o porto, você chaga numa estrutura montada bem no meio do Rio Negro, e é lá que tem os profissionais que te ajudam a ver os golfinhos. Não foi aquela coisa de nadar com os golfinhos que vemos em filmes. Que vêm um montão deles e você toca e tal. Na verdade não podemos tocar, mas se você nadar eles vão se aproximando e você pode vê-los de pertinho. No caso do Clau, que tem a pele tão branca que chaga a ser cor de rosa, acho que os golfinhos se identificaram, pois foram se aproximando assim que ele entrou na água. Hahahaha. Para fazer esse passeio do boto mais a visita à aldeia cerca de R$150,00, não é super barato, mas lembre-se que é um passeio de várias horas e eles te buscam no hotel.
– Aldeia Indígena, esse era um dos passeios que mais nos interessava. Fazíamos questão de ir a uma aldeia. Afinal o que ainda resta de indígena no Brasil está lá né. No mesmo passeio que fomos ver os botos, na sequencia fomos para uma aldeia. Tribo Tessana Tukano. Não era bem o que esperávamos, mas também, no século 21 o que esperávamos? Índios já não vivem mais em Ocas, o que vimos foi mais uma apresentação cultural indígena. Tudo bem, valeu apena. Conversando com o guia ele disse que há algumas aldeias mais afastadas e que tem menos contato com a modernidade, o que não foi o caso dessa, que o Pajé atendeu o celular no meio da apresentação.
– Encontro das Águas do Rio Nego e Solimões, também só pode ser visto de barco, então, tem que contratar um passeio. No nosso caso ele estava incluso na ida para a selva, pois já teríamos que passar por lá. Se vale a sugestão, veja a possibilidade de ir num barco maior, fomo num pequeno e como ele era muito rente à água a visão não foi tão privilegiada, mas sim deu para ver bem o encontro das águas. Duas tonalidades de água, uma escura e outra barrenta, que não misturam nunca. Parece água e óleo, Realmente um fenômeno da natureza.
– Arena da Amazônia, assim como no Teatro, você tem que ter sorte de ter um jogo acontecendo lá para curtir o máximo que esse estádio pode oferecer. E nós tivemos essa sorte. Antes da viagem vimos que iria acontecer um jogo entre Flamengo e Vitória e já garantimos o ingresso. Foi nossa primeira ida a uma arena da Copa, já que na época não conseguimos ir a nenhum jogo. Caso não tenha a mesma sorte, vale uma visita durante o dia para ao menos conhecer a Arena.
– Expedição na Selva, há várias opções para esse tipo de aventura. Desde o passeio de um dia, que com certeza será bem cansativo pois o trajeto para a selva é de mais de três horas com carro+barco+kombi+canoa. Há também a opção de ir para um hotel de Selva, que tem muito também, para vários gostos e bolsos. Alguns unem o exótico da floresta com o luxo dos resorts, claro que para isso você tem que estar disposto a gastar um pouco. E também existem os bem mais simples que são as pousadas, algumas melhores outra nem tanto. Nós optamos para uma simples mas que parecia bem interessante, nas fotos as acomodações pareciam bacanas e tinha até piscina, pena que não pudemos usufruir, pois nos levaram para outro lugar, bem, mas bem mais rústico…
Bom, a dica aqui? Pegue no pé da agência que você fechar o pacote, para garantir que te levem para a pousada certa. Caso vá na agência Pará Amazonas Turismo, que foi a que fechamos, peça para eles garantirem que vão cumprir o combinado, senão essa será mais uma surpresa, não tão boa.
Uma dica que damos quando fechar essa experiência em hotel de selva, peça o pacote que tem uma noite na selva, uma é suficiente. É bem bacana pois você vai realmente dormir na mata, não se preocupe não é tão perigoso assim.
Como falei no post anterior, não vimos muitos bichos como esperávamos, mas os que tivemos a oportunidade de ver já valeram a experiência que foi fantástica. Você se sente no meio da Floresta Amazônica, ops, você está lá..hehehehe. Dormir em redes, ao som da floresta numa noite quente e muito escura. Algo que não estamos acostumados e nos faz viajar no tempo e refletir como vivíamos anos atrás.
Neste pacote de selva aproveite para fazer outras atividades que são indescritíveis: pesca de piranha, focagem de jacaré, trilha de sobrevivência, e se programe para ver o mais fantástico nascer e pôr do sol da sua vida.
O Pacote de selva completo, com três dias de aventura, incluindo todos os passeios acima, com as refeições básicas, mais uma noite na selva e uma na pousada, cerca de R$550,00 por pessoa.
Se ainda não leu, leia o post Um país chamado Amazônia, lá conto em mais detalhes a experiência que vivemos lá.