Tenho que confessar, sempre tive muito preconceito com os americanos. Brasileiros que iam pra lá e voltavam apaixonados pelos EUA eram para mim abomináveis. Sempre que ouvia algum amigo ou conhecido falando das maravilhas americanas eu torcia o nariz. Não conhecemos ainda os países europeus, mas já fomos para tantos países da América Latina, com muita história para contar mas também com tantos problemas básicos. A desigualdade social e a falta de segurança, problemas correlatos claro, são os principais e que vimos em todos os lugares que passamos, assim como no Brasil.
Nossa passagem pelos EUA foi bem curta. Uma relâmpago escala na ida para Cancún, e na volta aproveitamos a escala para conhecer Miami. Quatro dias foram suficientes para entender a grande diferença entre um país de primeiro mundo e os subdesenvolvidos. As palavras-chaves dessa diferença são segurança e organização. Desde a chegada no aeroporto, a estrutura, a qualidade do atendimento ao locar um carro por exemplo, tudo muito organizado, bem sinalizado. Bem diferente do que estamos acostumados.

Vista do hotel, Miami Beach, 2014, por LP.

Ficamos em Miami Beach, num hotel próximo da praia, tipo duas quadras. Não era lá grandes coisas, mas basicamente para dormir, já que queríamos aproveitar ao máximo os quatro dias. Não somos muito consumistas, nosso objetivo era passear e não fazer compras, mas claro, deixamos um dia na agenda para isso. Nas proximidades do hotel podíamos fazer tudo a pé, tinha bares, restaurantes, lojas e claro, a praia. Os prédios na beira mar são muitos, diversos luxuosos e além da areia da praia, por toda a orla há trilhas para caminhadas.

Orla de Miami Beach, 2014, por LP

Rodamos Miami de ponta a ponta, as praias são lindas, ruas limpas, casas grandes, mansões e tudo sem muros. Uma cidade grande com aquele clima de cidade de interior e ainda com praia, quer lugar mais perfeito? Nos encantamos com a praia Hollywood. Tudo muito lindo, muito limpo e seguro. Perto de onde estávamos, sentimos falta de mais opções à beira mar, coisa de gente que gosta de quiosque. Um dia fomos procurar lugar para tomar café perto da praia e o que achamos foi um mercadinho muito simples com café e pão de forma torrado… foi o que tinha.

Café da manhã na praia de Hollywood, 2014, por LP.

Praia Hollywood, Miami Beach, 2014, por LP.

Em compensação, mais próximo do hotel e fora da orla, tomamos o típico café da manhã americano no restaurante Manolo. Uma loucura a quantidade de comida. Dava para almoçar e jantar aquela comida toda. Mas estava tudo uma delícia. E claro, entendemos porque os americanos têm fama de gordinhos…

Típico café da manhã americano, Restaurante Manolo, Miami Beach, 2014, por LP.

Um lugar que adoramos conhecer foi o restaurante Bubba Gump, aquele do filme Forest Gump, para comer muito camarão. Para os que não curtem tanto camarão, há também opções de lanches e outros deliciosos pratos.
Andar para lá e para cá é fácil, mas indicamos o GPS com certeza, a cidade é muito grande. Ruas e mais ruas, avenidas de mais de sete pistas, pontes e viadutos que vão e vêm. Para quem não conhece pode dar aquele medo de se perder. Mas fique tranquilo, não é aquele bicho de sete cabeças.

Camarões no Bubba Gump, Miami Beach, 2014, por LP

Lanche no jornal no Bubba Gump, Miami Beach, 2014, por LP.

No passeio pela cidade fomos até Fort Lauderdale, que fica ao norte de Miami. Um passeio de carro muito lindo, passando por muitas praias e lá sim, muita estrutura na orla. Muitos restaurantes e lojas com a vista maravilhosa da praia.

Algo que ficamos bastante surpresos com o interesse deles pelos brasileiros. Que lá tinha muito latino e que se falava mais espanhol do que inglês já havíamos ouvido falar. Mas ficamos surpresos irmos a restaurantes os garçons arranharem o português, e falarem que até já fazem aulas. É, os brasileiros estão se tornando super importantes por lá.

No dia de compras escolhemos o famoso Outlet Sunglass, ele fica um pouco afastado, sorte que estávamos de carro. Muito grande, muitas lojas e haja empolgação e vontade de comparar. Passamos basicamente o dia todo lá, tanta opção que tem que ter muita disposição e caminhar o dia todo. Além das lojas há uma grande praça de alimentação, o que facilita muito o dia de passeio e compras. Como não somos muito ligados em marca, não achamos tudo tão baratinho como alguns falam. Mas temos que destacar duas lojas que adoramos e que sim valeram muito a pena. Na GAP encontramos o melhor custo benefício. Camisetas, malhas, moletons, até calças, tudo muito barato, mas barato mesmo! Tipo blusa de moletom a oito dólares. Confesso que me surpreendi quando cheguei no caixa, pois na etiqueta era tipo 16, e no caixa a surpresa de ser a metade, mas isso só com algumas peças. Outra loja que gostamos muito, mas os preços não eram assim tão fantásticos como na GAP foi a Calvin Klein. Roupas muito lindas, com corte perfeito. E também a loja da Nike, com o dólar alto, os preços não estão tão atrativos, mas os modelos modernos e diferenciados fazem valer ainda mais a pena. Outra coisa boa de se comprar nesse outlet são os perfumes, que têm os preços mais em conta que nos freeshops dos aeroportos.

Primeiro dia com passeios em Miami e região, segundo dia de compras e no terceiro dia, tínhamos que pensar em algo diferente, pois adoramos desbravar os novos lugares que conhecemos. E foi isso que fizemos. Saímos cedo e pegamos a estrada rumo à Key West. Cidade vizinha, ao sul de Miami, como uma ilha, em que o acesso é feito por uma longa estrada Highway 1 sobre o mar, com diversas pontes que juntas parecem uma ponte sem fim. São cerca de 260 km desde o centro de Miami, mais de três horas de viagem.

Estrada rumo a Key West, Flórida, 2014, por LP.

Esse passeio foi indicado por um casal de amigos, que já tinham feito o passeio e disseram que valia muito à pena. A viagem é fantástica e, temos que admitir, o charme da aventura está com certeza nas paisagens do caminho. Key West é uma pequena cidadezinha litorânea, com uma ou duas ruas principais com diversos restaurantes e barzinhos. Muito charmosa e bonita, muitos turistas vêm para a cidade para curtir o pôr do sol e comer bem em seus restaurantes. Outro fator interessante é que a cidade fica a cerca de 140 km de Cuba. Com um barco ou lancha seria muito fácil chegar ao outro país, mas isso não é possível hoje, por conta das relações entre EUA e Cuba, ou melhor, a falta de relações. Almoçamos no Hard Rock da cidade, tipicamente americano. Comida deliciosa e ambiente agradável, os que amam rock vão ter um motivo a mais para conhecer.

Hard Rock Café, avenida central de Key West, Flórida, 2014, por LP.

Bar inusitado em Key West, turistas deixam dólares colados nas paredes e teto. 2014, por LP

Nosso quarto e último dia em Miami foi para curtir um pouquinho mais da cidade e, antes de ir para o aeroporto esperar o voo de volta para o Brasil, mais umas comprinhas, agora no Wallmart mais próximo. O lugar ideal para comparar cosméticos, cremes e afins, além de coisas para babys. Aproveitei, é claro, e comprei mamadeiras para minha melhor amiga que estava grávida. Mas o que me fez muito feliz foram os cremes e protetores solares e cosméticos.

Bom, tive que mudar minha opinião sobre os EUA. Não, não foram as compras, até porque não sou tão consumista não. Mas foi ver como as coisas podem funcionar quando se quer. O que me deixa triste é que temos exemplos de como a administração de uma cidade, de um país, pode dar certo. Se existem exemplos por que não copiamos? Lá a cidade é limpa, bonita, segura, os serviços públicos funcionam, você se sente seguro mesmo não conhecendo nada.

Pode andar nas ruas a noite sem ter medo de ser assaltado, aliás, vimos vários carros conversíveis estacionados nas ruas com a capota aberta. Sim, as pessoas param o carro, aberto, e vão jantar, fazer compras. Nossa visão de mundo mudou porque vimos que sim, se há vontade política pode ser bom para todos!

Vai viajar e tem a opção de uma escala em Miami? Aproveite uns dias e curta o que há de bom, praia, compras e diversão. Com certeza, em nossas próximas viagens se tivermos a opção de escala em Miami voltaremos, pois ainda há muito que conhecer.