Saímos de Paraty encantados com o que conhecemos e seguimos viagem rumo à Angra dos Reis, nossa segunda parada.

Quando chegamos à cidade ficamos um pouco mal impressionados, todos os passeios para as lindas praias da região saem de um porto no centro da cidade, e foi para lá que fomos. Mas estava um caos tão grande. Não tinha onde estacionar, como pedir informações, um caos. Paramos em um posto para abastecer e pedimos umas dicas, pois já estávamos verdes de fome e nos indicaram o Shopping Piratas. Foi uma ótima dica pois tem estacionamento é várias opções de restaurantes. Lá descobrimos uma vista linda da Marina Piratas e seus barcos e iates. Os restaurantes não são muito baratos, mas pelo menos o que pedimos estava uma delícia.

 

Após o almoço resolvemos ir em busca de um Centro de Informações, aliás, coisa que a gente sempre faz quando chega nas cidades para pegar mapa e dicas. Saímos de lá com muitas dúvidas, pois os atendentes não sabiam muita coisa. Bom, ainda assim fomos para a Estação Santa Luzia, ver os horários de barco para a Ilha Grande. Como não tínhamos pousada reservada lá, achamos melhor ficar em Angra. Fomos dar uma volta pela cidade para ver onde estavam as pousadas, ver se haviam atrativos a serem visitados. Depois de muito girar, acabamos encontrando uma pousada chamada Corsários, na praia do Bonfim. Um pouco cara para o que ofereciam, mas era em frente à praia e tinha uma vista linda que só descobrimos quando o dia amanheceu. Ali também tinha um píer com saídas de barco, o que facilitou muito e que nos deu a oportunidade de ter uma outra vista da cidade de Angra, com construções históricas e um porto que não pára nunca.

 

 

O fato da pousada ter um estacionamento seguro também nos ajudou, pois deixamos o caro em local seguro para poder passear. Saímos cedo rumo à Ilha Grande, com máquina fotográfica e uma mochilinha nas costas. O passeio teve início às 10h30 e teria fim lá pelas 17h, mas, no meio do caminho, mudamos o rumo.

No pacote do passeio fomos visitar lugares incríveis como a Lagoa Azul, com águas azuis e cristalinas com muitos peixinhos coloridos, a praia Freguesia de Santana com suas águas verdes e mansas e por último para Japariz uma parada para almoço. De lá voltaríamos para Angra, mas resolvemos ver se conseguíamos uma carona para a Praia do Abraão, que não estava no roteiro deste passeio, mas que queríamos muito conhecer. Conseguimos negociar com um barco que estava saindo dali e indo para o Abraão.

 

 

A praia do Abraão é o coração da Ilha Grande, tem que ser visitada. Uma vila de pescadores que cresceu bastante, tem boa estrutura apesar de ser uma ilha de difícil acesso. No local não há automóveis, apenas bicicletas e muito bate perna. A tranquilidade toma conta do local, muito “zen”, mas mesmo nesta calmaria há muitas opções de pousadas, hotéis, bares e restaurantes.

 

Nossa aventura ali ainda estava começando, pois fomos para lá com a cara e a coragem sem local para ficar e a última barca para o continente sairia as 18hs, então tínhamos que decidir rápido. Após uma voltinha pela região começamos a, literalmente, “bater de porta em porta” procurando vagas. Fomos em busca de hostel, porque as pousadas estavam com preço um pouco salgados no local. Chegamos ao Mark’s Hostel, conseguimos um local para dormir e, mais que isso, fizemos um novo amigo. Um local super simples, na verdade é a casa do Mark aberta aos visitantes, que ele transformou em um hostel. Nosso quarto era na verdade uma sala, com duas camas de solteiro e separada do resto da casa por uma cortina, mas quer saber? Para aquela noite foi mais que suficiente.

 

Aproveitamos a noite para passear no centrinho movimentado pelos barzinhos e, por nossa sorte, havia um evento ocorrendo na praça principal, o encerramento do projeto “Voz Nativa”, um projeto realizado com os jovens da região e que neste dia apresentou na praça um vídeo lindo que reconhece as pessoas que fazem parte da história da Ilha. Uma pena que o projeto perdeu seu patrocinador e vai ter que parar, mas se alguém que ler o blog se interessar, vale à pena entender melhor a ação e investir nessa ideia.

 

No dia seguinte saímos cedo da pousada, tomamos café numa padaria super bacana e fomos atrás da trilha rumo à praia do Abraãozinho. Essa é uma das trilhas mais curtas, mas há muitas outras para quem tem tempo e preparo físico.  Nos surpreendemos com a dificuldade da trilha, fomos de chinelo então foi mais difícil ainda, mas a paisagem da praia tranquila e límpida compensa. Árvores pela praia são comuns nas praias da ilha, o que nos ajuda muito a poder sentar na areia e a apreciar a paisagem.

 

 

O passeio na ilha terminou com a espera da barca que leva para Angra, diferente da Escuna que fizemos o passeio pelas praias, o Barco Flex faz a travessia em bem menos tempo, cerca de 40 min.

O resultado de toda essa experiência? Saímos encantados com a beleza de Ilha Grande, tem que ser visitada e, se tivéssemos mais tempo, valeria uma relaxada estadia de uma semana. Mas quer uma dica? Se puder, faça o passeio de barco direto de Paraty, sem ter que ir para o caos da cidade de Angra dos Reis que, me desculpem a sinceridade, não vale a visita.

 

 Super Dicas

– Vai visitar Ilha Grande? Pegue um barco saindo de Paraty ou da cidade do Rio de Janeiro, pode até ser um pouco mais distante, mas vai facilitar sua visita e ganhar tempo.

– As pousadas na cidade de Angra dos Reis são muito caras, sendo assim, se vai para a Ilha, melhor pagar um pouquinho mais lá e já curtir a Ilha.

– Não tem muita grana para a estadia na Ilha? Há opções de camping e o Hostel do Mark é um ótimo custo benefício. Além de dormir, vai conhecer um aventureiro que já viajou o mundo e vai te dar várias dicas de viagem.

– Não deixe de mergulhar com os peixes na Lagoa Azul, e de ir às praias do Abraão e Abraãozinho. Se tiver daquelas câmeras a prova d’água então, fará imagens lindas.

 

Mais imagens que marcaram essa viagem: