Petrópolis, de volta ao Império
Viagens para cidades históricas são sempre muito inspiradoras para nós, pois adoramos essa “viagem no tempo” que elas nos proporcionam. Quando chegamos à Petrópolis, esperávamos uma pequena cidade serrana, fria, bucólica, e parada no tempo. Mas não foi nada disso que encontramos.
Logo na entrada fomos recepcionados por um pequeno trânsito na avenida principal de entrada na cidade, pois chegamos perto das oito da manhã, justo horário de pico. O trânsito em si não nos incomodou, até porque estamos de férias e bem tranquilos, o que nos surpreendeu foi nos depararmos com uma cidade grande, movimentada, cheia de comércio, casas modernas e até prédios. Um contraste com toda a tradição e monumentos históricos que viemos buscar. Somado a isso, a alta temperatura de 30 graus, nada tinha a ver com o frescor que a família imperial buscava quando ia passar a temporada de verão na cidade.
A primeira impressão da cidade, totalmente avessa ao que esperávamos, nada impactou nos bons momentos que tivemos lá. Uma cidade relativamente grande, mas ao mesmo tempo acolhedora, segura e que nos convidava a querer entender mais e mais de nossa história a cada passo pelas ruas. Todos os imóveis e pontos históricos da cidade possuem placas e uma breve descrição, o que facilita e muito o passeio pela cidade.
Começamos pela Catedral São Pedro de Alcântara, igreja do século 19 que hoje abriga os restos mortais de toda a família real. Com uma arquitetura em estilo neogótico francês, pode ser vista de vários outros pontos da cidade, o que dá a ela ainda mais o esplendor que merece. A casa da Princesa Isabel e de Santos Dumont, o Teatro Dom Pedro, a Casa de Rui Barbosa, o Palácio de Cristal e muitas outras propriedades que foram de personalidades de nossa história, alguns se tornaram museus e podem ser visitados, para outros a visitação é apenas externa.
O Museu Imperial, que foi a Casa da família de Dom Pedro II durante as temporadas de verão, é o ápice da visita à cidade. Já somos surpreendidos na entrada, os visitantes recebem uma “pantufa” que é calçada sob os sapatos, e toda a caminhada dentro da antiga casa é feita arrastando como se estivéssemos patinando pelo piso de madeira antigo e bem encerado.
Fotos não são autorizadas dentro do museu, máquinas e celulares devem ficar no guarda volumes. Uma pena, pois dá vontade de registrar tudo. Mas, pensando bem, é ótimo pois não há dispersão e seguimos a visitação, que é toda autoexplicativa, com muita atenção a cada detalhe, a cada peça, móvel, obra.
São vários cômodos remontados com o intuito de levar o visitante a viajar aos tempos do império. Salas de jantar, sala de reuniões, quartos, salas de banho e vários cômodos com mobílias que recriam a vida da família imperial. Obras de arte espalhadas pelas paredes de toda a propriedade, de artistas da época, também ajudam a retratar os momentos vividos nos séculos 18 e 19, destacando personalidades e cidades que marcaram a história do Brasil. No museu também está exposta a coroa de ouro usada pelo imperador Dom Pedro II.
Além de muita história do Brasil, a cidade de Petrópolis possui outro atrativo muito interessante e procurado pelos turistas, a visitação às Cervejarias Bohemia e Petrópolis, além de outras cervejarias artesanais. Detalharemos aqui um pouco mais sobre a nossa visita à Bohemia, que foi a que tivemos a oportunidade de ir, por isso, não temos como comparar qual a melhor, apenas daremos a nossa opinião ao que vimos e já adianto, adoramos.
Ao entrar na cervejaria Bohemia, que fica na antiga fábrica de 1853, nos avisaram que a visitação duraria em torno de 1h30 a 2 horas. Demos aquela risadinha de canto de boca já pensando, lógico que sairemos bem antes disso. Muito nos enganamos, ficamos lá quase 2h30 e sabe por quê? Porque nos divertimos muito. Uma exposição totalmente ambientada e muito bem elaborada sobre a história da humanidade e da cerveja. Setores dedicados a diferentes épocas, jogos interativos, apresentações virtuais e presenciais de toda a história da criação e da fabricação da bebida. Tudo muito bem feito e que vale muito a pena ser conhecido. Tanto para uma pouco entendedora de cerveja como eu (não bebo nada), quanto para um mega entendedor como o Clau (que bebe cerveja pra caramba), foi tudo muito interessante. A degustação do chope Imperial, servido apenas lá, e a vista do processo real da cerveja no local foram o plus da visitação. Se vale a pena? Muito!
Super Dicas Petrópolis
– A cidade nos surpreendeu pelo tamanho, mas a parte dos principais pontos turísticos pode ser feita a pé. Uma dica é estacionar ao lado da Catedral, que possui estacionamento rotativo, no valor de R$ 3 a hora, e dali caminhar.
– O valor da alimentação na cidade é incrivelmente barato, almoçamos no restaurante Soberano Grill, que fica em uma casa centenária quase ao lado do Teatro de Dom Pedro, em torno de R$ 13 por pessoa à vontade e uma delícia.
– A visita à cervejaria Bohemia é imperdível, custo por pessoa de R$ 28, com direito a degustação de um chope e uma cerveja. Além de conhecer a história e o processo produtivo da cerveja, há muitos jogos interativos. Uma tarde muito divertida. www.cervejariabohemia.com.br.
– Visita à Itaipava, bairro próximo ao centro de Petrópolis, em torno de 20 km, a noite é mais agitada por lá, alguns restaurante e bares bacanas.
– Onde ficar: Petrópolis tem muitas opções de pousadas e hotéis, mas em Itaipava é bem interessante, custo menor do que centro de Petrópolis e dá para ir e vir tranquilamente.
– Para quem vai da cidade do Rio, ou de cidades próximas, um dia inteiro na cidade é suficiente para conhecer os principais pontos. Se puder ficar um pouco mais, ótimo, poderá fazer o passeio com mais calma. E, próximo à Petrópolis tem outro destino imperdível que é Teresópolis sobre o qual falaremos no próximo post.
Mais Imagens que marcaram neste destino:
Palácio de Cristal, Petrópolis – RJ, by Luciana de Paula, 2016