E viva Aju!

E viva Aju!

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Incrível como existem alguns lugares no Brasil ainda pouco explorados pelo turismo, eles não estão em destaque nas matérias de turismo, não conhecemos ninguém, ou quase ninguém, que já foi lá, mas isso deixa a experiência ainda mais surpreendente, porque não sabemos muito o que esperar e acabamos nos surpreendendo. Foi assim nossa primeira ida a Aracaju, há um ano atrás, de muitas belas surpresas. E agora, na nossa “voltinha pelo Brasil” tivemos a oportunidade de passar por lá mais uma vez, para conhecer novos lugares e revisitar os que já conhecemos e curtimos muito.

Orla de Atalaia, Aracaju - SE, by Luciana de Paula, 2016

Orla de Atalaia, Aracaju – SE, by Luciana de Paula, 2016

Ficamos novamente na praia de Atalaia, uma das mais famosas da cidade, com bastante estrutura e uma orla de dar inveja a muitas capitais praianas. A orla de Aracaju é daquelas que te convidam a uma bela caminhada, ou uma volta de bike, aliás há vários pontos de aluguel de bicicleta por toda a cidade, o que facilita muito o deslocamento pelos principais pontos turísticos e aproveitamos essa facilidade para circular pela orla pedalando. Para conseguir a bike você deve baixar o App CajuBike no seu celular, e ao chegar na frente de um dos pontos que disponibilizam as bicicletas, com o aplicativo fazer o pagamento via cartão de crédito. No momento do pagamento você pode escolher o tempo que quer ficar com a bike, nós escolhemos uma hora, que custa R$ 5. O bacana é que a devolução pode ser feita em qualquer ponto espalhado pela cidade.

Região dos Lagos, Orla de Atalaia, Aracaju - SE, by Luciana de Paula, 2016

Região dos Lagos, Orla de Atalaia, Aracaju – SE, by Luciana de Paula, 2016

A região dos lagos, que fica na própria Orla, é um espetáculo à parte na beleza da cidade. São lagos, rodeados de gramados e ciclovias com o mar ao fundo, algo que ainda não tínhamos apreciado. Na própria praia de Atalaia existe a chamada “passarela do caranguejo”, o crustáceo é a iguaria chave da região e, segundo os sergipanos “quando um bebê nasce não ganha chocalho e sim martelinho para comer caranguejo”. Nesta avenida principal da orla há uma grande variedade de bares, restaurantes e casas de forró. Tudo ali, pertinho. Mas não é só de caranguejo que se vive em AJU, como boa cidade nordestina fomos a um restaurante de comidas típicas e almoçamos uma incrível carne de sol com macaxeira, feijão de corda, farofa d´água e pirão de leite, que vontade de trazer uma marmita. Já havíamos provado essa maravilha na outra vez que viemos à cidade e desta vez, assim que chegamos, já fomos direto almoçar essas delícias. Desta vez fomos em um novo restaurante, o que foi ótimo pois agora podemos indicar dois, que são ótimos igualmente: o Picuí e o Carne de Sol do Ramiro.

Carne de Sol do Picuí, Aracaju - SE, by Luciana de Paula, 2016

Carne de Sol do Picuí, Aracaju – SE, by Luciana de Paula, 2016

A cidade não é muito grande, além da Orla há a avenida Beira Mar, que não é beira mar e sim beira Rio, o mercado Municipal, shoppings e parques, mas como nosso foco é conhecer lugares diferentes, focamos nas atrações que tinham a ver com praia ou lugares inusitados. Estivemos na cidade no meio do mês de junho e toda a cidade estava nos preparativos para o São João, que descobrimos ser uma festividade muito forte na região. Não pudemos ficar até às festas juninas, mas colocamos na nossa agenda voltar a Aracaju em dias de São João.

Obra dos Artista Ronaldo Lima, Aracaju - SE, by Luciana de Paula, 2016

Obra dos Artista Ronaldo Lima, Aracaju – SE, by Luciana de Paula, 2016

Passeando pela orla fomos visitar o Centro Cultural José Inácio, local que possui artesanato local e exposições de artistas locais. Tivemos a sorte de chegar bem na hora da apresentação de uma banda de forró pé de serra, chegamos no finalzinho da apresentação, mas já fui tempo suficiente para curtirmos muito um forrózinho de qualidade. Neste dia também estava ocorrendo a exposição do artista plástico Ronaldo Lima, com obras feitas de ferro que retratam a realidade brasileira, um trabalho lindo que nos impactou muito. Bem na frente do centro cultural, do outro lado da orla de Atalaia, há outro espaço de artesanato local bem interessante.

Croa do Goré, Aracaju - SE, by Luciana de Paula, 2016

Croa do Goré, Aracaju – SE, by Luciana de Paula, 2015

Um lugar que desta vez não fomos, mas super indicamos e que foi nossa querida amiga sergipana que nos levou foi a Croa do Goré, as agências de turismo oferecem esse passeio, mas como a família dela mora lá tivemos a oportunidade de conhecer esse lindo lugar de uma forma mais peculiar. Fizemos um passeio de lancha pelo rio Vaza-Barris que é onde fica o banco de areia chamado Croa do Goré. Lá, quando a maré baixa, o banco de areia é avistado e frequentado por muitos turistas, pois possui uma estrutura de Bar e Restaurante fluvial. Seguindo um pouco adiante da Croa há praias semi-desertas que só se chega de barco. e outras que também se chega de jipe. Um pouco mais a frente se avista o mar, e vemos o encontro de águas de rio e mar.

Canyon do Xingó, Canindé de São Francisco - SE, by Luciana de Paula, 2016

Cânion do Xingó, Canindé de São Francisco – SE, by Luciana de Paula, 2015

Outro passeio que imperdível é o Cânion do Xingó, que fica no município de Canindé de São Francisco, no extremo sertão sergipano, divisa entre os estados da Bahia e de Alagoas. Como são mais de 200 km da capital, e a estrada é bastante difícil, preferimos fazer o passeio fechando um pacote com uma agência de turismo. O passeio durou o dia todo pois foram mais de quatro horas de estrada atravessando o estado até chegarmos no porto de Brogodó, sim um lugar com este nome existe, achei que eram só na fantasia das novelas, mas é real. Ao chegar no porto, após um delicioso almoço de comidas típicas nordestinas, embarcamos em um Catamarã e seguimos por mais uma hora de viagem pelas calmas águas do rio São Francisco, até chegarmos num pequeno portinho já no Cânion do Xingó. Lá, para chegar ainda mais perto, mais um pequeno barquinho te leva pelas águas transparentes cercadas de gigantes paredes de pedras que parecem esculturas. Lá a água doce e quente do rio, com mais de dez metros de profundidade, é um convite irrecusável para um mergulho.

Pode parecer loucura enfrentar mais de cinco horas de viagem entre ônibus e barco, mas garanto que o local compensa. Além disso, durante a viagem terrestre que corta o sertão a paisagem é tão fascinante que te hipnotiza e te leva para dentro da realidade do sertão, a mudança da paisagem durante o percurso imerge à realidade local, a terra seca, o pouco verde e a estiagem, algo que impacta quem vê pela primeira vez. E o destino final, o Cânion, mostra que as águas do principal rio do nordeste realmente levam beleza e vida por onde passa, impossível não se apaixonar pelo que se vê.

Um dos menores estados brasileiros, entre dois conhecidos e almejados estados turísticos Bahia e Alagoas, Sergipe pode não ser ainda tão conhecido, mas nossa experiência lá com certeza mostrou que a pouca fama do lugar na verdade o preservou ainda mais e que somos privilegiados de termos a oportunidade de conhecer seus encantos. As praias de Aracaju são de águas mais escuras, por isso suas praias não são tão convidativas ou destacadas, mas as outras atrações da cidade e região, e todos os atrativos dali valem a visita.

Acesso a Praia de Atalaia, Aracaju - SE, by Luciana de Paula, 2016

Acesso a Praia de Atalaia, Aracaju – SE, by Luciana de Paula, 2016

Ficou com vontade de ir lá? Pronto! É só arrumar as malas.

Super dicas:

– Como ir: Aracaju possui voos de vários estamos brasileiros e o aeroporto fica dentro da cidade, bem próximo de tudo. Como a cidade é pequena, não há a necessidade de locar um carro. Se ficar num local bem localizado como a praia do Atalaia, poderá fazer toda a orla a pé, e outros lugares poderá ir de bike ou táxi, pois tudo é relativamente perto. Apenas o centro que fica um pouca mais longe, mas táxi super funciona.

– Quanto tempo: Um feriado de três ou quatro dias já é suficiente para conhecer Aracaju e seus principais pontos turísticos, mas se puder ir com mais tempo, poderá dar uma esticadinha até o norte da Bahia e conhecer Mangue Seco e o sul de Alagoas na mesma viagem, de carro ou com passeios das agências.

– Comer bem: O Restaurante “Carne do Sol do Ramiro” foi o que comemos a comida típica nordestina da primeira vez, desta vez fomos no Picuí, os dois são incrivelmente ótimos, se tiver oportunidade vá lá, e se puder me traz uma marmita que vou adorar.

– Onde ir: A agência que fechamos o passeio para o Cânion do Xingó foi a Nozes Tour, fechamos quando já estávamos lá. Bom serviço e preço justo, eles também fazem outros passeios como: Croa do Goré e Mangue Seco, já o Cânion do Xingó é imperdível, não deixe de ir.

– Onde Ficar: desta vez ficamos no Hotel Corais, na praia do Atalaia. Além de bem localizado, bem pertinho da orla e do Centro Cultural, tem uma ótima estrutura. A equipe do hotel também é muito bacana, lá trabalham mãe e filha muito simpáticas. O único problema é que não tem frigobar no quarto, mas é um ótimo custo benefício.

 

Mais imagens que marcaram neste destino:

Canyon do Xingó, Canindé de São Francisco - SE, by Luciana de Paula, 2015

Cânion do Xingó, Canindé de São Francisco – SE, by Luciana de Paula, 2015

 

Praia de Nova Atalaia, Barra dos Coqueiros - SE, by Luciana de Paula, 2016

Praia de Nova Atalaia, Barra dos Coqueiros – SE, by Luciana de Paula, 2016

 

Naufrago do Mar e do Mundo, Barra dos Coqueiros - SE, by Luciana de Paula, 2016

Náufragos do Mar e do Mundo, Barra dos Coqueiros – SE, by Luciana de Paula, 2016

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