Família é sempre tudo de bom, mas quando se mora há mais de 2.700 km de distância, nem sempre é fácil conviver e dividir momentos. Aos cinco anos foi a idade que o Clau foi pela última vez à Iguatu visitar a família. Seu vô, que hoje possui 95 anos, já não via há muito tempo e os primos? Muitos ele ainda nem tinha conhecido. Junto a toda essa vontade de rever e até conhecer seus familiares, mais 7 pessoas partiram para o Ceará para nos acompanhar, os pais, as irmãs, cunhado e sobrinhas do Clau.

Do Rio Grande do Norte seguimos pelo sertão até o interior do Ceará. Já era finalzinho do dia quando chegamos na pequena cidade de Iguatu e seguimos para o bairro Cardoso II, onde a família, vô, tios, tias, primos, vizinhos e quem mais soubesse de nossa chegada, já estavam reunidos na porta de casa para nos receber.

Foi com muita alegria que chegamos à Iguatu, com a acolhida de quase toda a família, foi mais que perfeito. Para mim (Clau) e meus pais e irmãs então, emoção pura. Essa noite da chegada foi de muitas histórias para serem colocadas em dia, muitos primos para conhecer, outros para matar a saudade. E, claro, só estava começando.

Iguatu é uma pequena cidade no sertão do Ceará, fica à 380 km de Fortaleza, e a 150 de Juazeiro do Norte. Pequena, mas nem tanto, ficamos surpresos com o tamanho da cidade. E muitos foram os passeios em família, em carreata para visitar os familiares espalhados por diferentes regiões. Um café aqui, uma ypioca acolá, um almoço aqui, dois almoços no mesmo dia para não fazer desfeita… Visitar a família é assim, se come muito, se conversa muito e o tempo se torna pouco.

Orós, outra cidade que conhecemos, essa para passear com a família e tomar banho nas águas do açude, fomos a um complexo em uma das ilhas, havia piscinas com água bombeada do rio, já que pra nadar no rio é perigoso, pois as piranhas estão por toda parte.

Fomos também à Acopiara, uma cidadezinha ainda menor, a 35 km de Iguatu, para visitar mais uma parte da família. E lá adentramos pelo sertão onde vimos a terra seca, a água pouca e a alegria muita dos amigos que moram por lá.

Foram oito dias muito felizes e que, com certeza, ficarão marcados na memória e no coração de todos nós. Ter ido junto com pais, irmãs e sobrinhas deixou essa experiência ainda mais completa. Pude (Clau) escutar cada uma das histórias, de cada lugar e de cada pessoa, contadas pelo meu pai e pela minha mãe. Vi no rosto deles a emoção de recordar o passado e ter todos nós reunidos ali, para conhecer um pouco mais sobre nossas raízes. Com certeza viemos ao Ceará para resgatar antigas histórias, mas, acima de tudo, em busca de lembranças que levaremos para sempre. Conversar com meu avô, pai da minha mãe que hoje tem 95 anos, foi algo que me marcou e me mostrou que preciso voltar muito em breve, para poder aproveitar o tempo que ainda temos juntos. Muita emoção em uma viagem que foi curta, mas muito, muito intensa.

Além de tudo isso tive o privilégio de uma festa de aniversário surpresa preparada por pessoas muito especiais. Minhas tias queridas prepararam bolo, docinhos, tudo bem escondido para que eu pudesse ter um aniversário especial pela primeira vez junto delas e de meu avô. Churrasco de carneiro e música ao vivo foram a cereja do bolo para um aniversário inesquecível.

Se Iguatu pode ser considerada turística? Bem, não tivemos tempo de conhecer a cidade com um olhar de turista pois são muitos tios, avô e muitos primos de vários graus, o foco foi de visita à família. Mas, caso queira conhecer uma cidadezinha do sertão, com calor, seca e gente de coração grande, dê uma passadinha em Iguatu, procure por um “Batista” ou um “Marizinha” e, sim, você vai achar que o destino é perfeito para se sentir em casa e em família.

Mais imagens que marcaram neste destino: